19 de março de 2012

Da falta que faz quem você foi.




Me perguntam sobre você e já nem sei dizer. Não te perdi de vista, mas me perdi de você. Vasculho meu coração tentando interpretar o que sinto quando o assunto é você. Não te amo mais. Digo e repito, todos os dias. Talvez pra que eu mesmo possa acreditar nisso. Mas é que amor, meu bem, amor precisa da gente por perto, da gente alimentando nosso dia a dia, nossa vontade de abraçar o mundo inteiro e colocar o outro lá dentro. No meu caso, o outro é você. Mas é que você não está aqui entende?! Na verdade eu não sei nada sobre a falta que você faz. Mas sei muito sobre a falta que faz quem você foi. Já faz tanto tempo. Me falta você no meu dia a dia, nas minhas manhãs de chuva quando o teu abraço apertado me protegia da tempestade que escorria pela janela. Me falta você no supermercado quando procuro nutella pra comer com biscoito de madrugada. Me falta você no calçadão em dia de lua bonita. Me falta sua mão na minha quando eu caminho. Me falta o seu cheiro no travesseiro, no lençol, na minha roupa. Me falta você na fila do cinema, me falta você na balada de sábado com os amigos, quando o melhor amigo sempre foi você. Me falta você pra me levar pra casa, me perguntar o que quero comer e se aguento ficar acordada mais um pouco. Me falta você em meus dias tristes pra ouvir seu tom de voz calmo e confortante que me acolhia a alma inteira de uma vez só. Me falta você nos dias alegres, nas boas notícias que não te tenho mais pra dividir. Me falta você nas minhas birras, nas minhas crises, o seu colo. Me falta você nos programas de família, nos jantarzinhos surpresa, nas flores sempre diferentes. Me falta você no meu aniversário, na virada do ano, no meu álbum de formatura. Me falta você nas mensagens do meu celular, nas ligações que recebo antes de dormir. Me falta você quando o mundo tá girando lá fora e continua tudo parado aqui dentro. Nada permanece inalterado. Você nem é mais nada do que me falta.
Mas a falta que sinto é de você. É a falta que faz quem você foi.