27 de dezembro de 2011



Quem me conhece, sabe da minha paixão pela leitura. Então.. No meu aniversário, além de outros, eu ganhei o livro: FELIZ POR NADA, uma coletânea de crônicas sobre as coisas da vida, da incrível Martha Medeiros. Li a sinopse do Livro, o que já me atraiu bastante: "Geralmente quando alguém exclama "Estou muito feliz!" há sempre um porquê. Costumo torcer para que esta felicidade dure um bom tempo, mas as novidades envelhecem e não é seguro se sentir feliz por 'motivos'. Muito melhor é ser feliz por nada. (...)" Me fez pensar um pouco (ou muito) sobre a felicidade. Por falta de tempo, não devorei o livro imediatamente como gostaria. Mas aos poucos fui lendo, e ME APAIXONANDO. Martha Medeiros tem uma maneira peculiar de olhar a vida. Simples e incrível dentro de uma super complexidade. Eis que ontem, lendo a crônica A MELHOR COISA QUE NUNCA ME ACONTECEU (pág.82), pude refletir pelo olhar da autora, as tantas coisas que não me aconteceram e que graças a isso, pude viver outras experiências incríveis. Como diz o trecho: "(...) Fico imaginando as histórias que podem não ter acontecido com você. Namorar uma pessoa por anos e romper dias antes de subir ao altar: Não ter casado pode ser a melhor coisa que nunca te aconteceu. Vá saber o que o destino te ofereceu em troca. Ou você não ter passado num concurso. Não ter recebido a ligação que você tanto esperava. Foi a melhor coisa que nunca lhe aconteceu. É uma visão generosa da vida. Os não acontecimentos fazem diferença, você está onde está não só pelas escolhas que fez. Mas também pelas especulações que nunca se confirmaram. Assim, eliminamos a palavra derrota do nosso vocabulário e alma fica mais aliviada. O que não é pouca coisa nesse mundo em que tanta gente parece pesar toneladas devido ao mau humor e o pessimismo. (...)"

Boa reflexão nesse fim de ano! E que hoje você possa se sentir aliviado e agradecer pelas MELHORES COISAS QUE NUNCA TE ACONTECERAM. ;)

Que 2012 seja o ano que esperamos que seja, e que nas surpresas seja ainda melhor. Que traga maturidade e muito amor, por todas as coisas e pessoas que nos envolvermos! =D

Feliz ANO-NOVO!

27 de junho de 2011

A aliança no bolso.



"- Se acalma, essa talvez tenha sido 'a aliança no bolso', talvez você precisasse..."
Secou as lágrimas e olhou a amiga. Ela tinha razão, talvez fosse a aliança no bolso, e no fundo ela precisava mesmo encontrá-la. Já havia se passado muito tempo desde que não se viam mais um no outro, porém ela era incapaz de confessar que tinha mais medo de não ser mais dele, do que ser infeliz ao seu lado. Mas chega uma hora que a vida decide por si, e nós, nada podemos fazer além de driblar nossa urgência por explicações e lógicas que tragam algum sentido para a dor. Não existe sentido. Só o que existe é a dor, sem a menor explicação.
Ela sente pelo que ele fez, pelo que lhe disse, e por não ter se arrependido. E mais que a dor de todas as suas atitudes imbecis, é a dor de ver sua intenção em machucá-la. Ela que fez tanto. E não sobrou nada. Chora novamente, e pergunta a amiga se é justo ser assim. Nos doarmos em essencia e o retorno ser apenas o buraco que ficou.
Pra onde vai o amor quando tudo acaba? Temos o direito de saber?
Podia ser tanta coisa, qualquer coisa dessas coisas que vem e que passam. Mas quis ser amor. E eu passaria o resto da vida me perguntando, pra onde vai o amor quando tudo acaba? Foram tantas tentativas, tantos sussurros aos céus pra que algum milagre mudasse o rumo das coisas. Que alguma magia os fizesse retornar ao que foram um dia. Que um toque de qualquer-coisa-não-sei-quê o trouxesse de volta pra casa. Mas nada aconteceu.
Ela se lamenta, chora e pergunta onde tudo se perdeu, onde exatamente deixou de ser.
Eu perguntaria, será que um dia foi? Será que ele foi todas essas coisas que ela sempre viu nele, ou não passava de uma projeção de seu desejo por algo que precisava encontrar? Algo que ela precisava enxergar para desmentir suas teorias de que o amor se perdeu no tempo.
Eu diria que ela inventou e reinventou ele e a esse amor, tantas e quantas vezes foi preciso. Todas as vezes em que seu coração titubeou, ela reiventou e encontrou razões para não desistir. Porque no fundo, pra ela valia a pena. Afinal, quem mais iria cantar Jorge Ben Jor enquanto fazia as rabanadas mais doces do mundo no café da manhã, quem mais iria dividir uma tapioca doce e uma fanta na praia. Quem mais lhe explicaria as teorias cientifico-filosoficas do mundo, a origem dos partidos politicos e como funcionava a tabela de pontos do campeonato brasileiro. Quem além dele, ouviria a rádio educativa no fim da tarde, torcendo que tocassem alguma de João Bosco. Quem além dele faria amor repetidas vezes antes de dormir de conchinha em noites quentes sem ventilador. Quem mais riria da sua pronúncia do 'r', dos seus cabelos ao acordar, do seu café sempre ruim. Quem mais conseguiria fazê-la ter um aceso de riso com cócegas que ninguém sabia fazer igual. Quem além dele conseguiria fazê-la sentir-se a menina mais imatura e a mulher mais forte do mundo ao mesmo tempo. Quem mais conseguiria derreter seu coração no cair de uma lágrima de desculpas. Quem além dele marcaria sua vida com os melhores dias, com as melhores noites e histórias incríveis para contar pra sempre. Quem mais a faria sonhar de novo, com filhos, casa com jardim e cachorros. Com video-game de madrugada depois de uma transa café-com-leite só pra não esquecer que eram dois. Quem mais a enlouqueceria de preocupação com 18 horas de sono sem atender o celular. Quem mais a faria sentir que o mundo podia parar de girar se algo o acontecesse. Quem mais? Quem além dele destruiria tudo que foi construído em anos, em troca de uma aventura, que ninguém sabe se valerá a pena. Quem além dele trocaria a certeza eterna e intocável de que ela sempre estaria por perto, não importando a kilometragem que precisasse correr. Quem mais jogaria tudo pro alto sem pesar, sem dor, sem lamentações e na mais perfeita paz. Quem mais escolheria perder a única certeza. Quem além dele? Ninguém. Por que só alguém que foi a razão de tanta felicidade poderia causar tanto rancor.
Quanto a ela? Ela ainda chora. Porque descobriu que todos os amores do mundo têm prazos de validade e o seu estava vencido. A hora havia chegado. Era tarde. Seu coração havia partido... pra outro lugar.


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12 de maio de 2011


“Então você está confusa com seus sentimentos. Ele apareceu tão de repente na sua vida, com aquele brilho manso no olhar, com aquela meiguice na voz, sem pedir coisa alguma, meio como um Pequeno Príncipe caído de um asteróide. A princípio você nada percebeu de diferente. O susto veio quando você se lembrou das palavras da raposa, explicando ao Pequeno Príncipe o que era ficar cativo: É assim. A princípio você senta lá e eu aqui. Depois a gente vai ficando cada vez mais perto. Os passos de todos os homens me fazem entrar dentro da minha toca. Mas os seus passos me fazem sair…”

- Antoine de Saint-Exupéry.

11 de março de 2011

03 de Janeiro.


Eu teria tantas coisas pra te dizer. Era o primeiro dia do ano, e a meia-noite era o seu abraço que eu queria sentir. E foi você que meu pensamento encontrou quando eu vi os fogos explodirem no céu. Eu fechei meus olhos e agradeci a Deus por você ter existido em mim até ali. E te devolvi a Ele.

Eu fui teimosa, até egoísta, e lutei por você, com tamanha determinação, com a qual eu nunca quis nada na minha vida inteira. Eu tive tantas certezas a seu respeito. Uma delas era que você nunca iria embora. Confiei a você os meus dias, as minhas alegrias, os meus sonhos, as minhas declarações de amor. Eu tinha certeza que você nunca iria embora. Confiei a você as minhas crises, os meus defeitos, os meus chamegos e a minha pele.

Eu tinha tanto medo antes. Mas você apareceu. Aos poucos me fez sentir que o seu amor era tão grande. Eu me senti salva. Como se a vida inteira eu tivesse esperado por alguém. Eu tive certeza de que era você. E de que era pra sempre. Mas não foi.

2011 chegou. Promessas de finais e tantos novos começos. Tanta coisa, que me dá medo. Uma delas é você. Infelizmente, acredito que não há mais nada a ser feito. Irreversível. Como a morte. Porque no fundo, alguma coisa realmente morreu. Se eu acreditasse em outras vidas. Ainda esperaria você.

Você vive dizendo que o tempo cura. Pra mim, o tempo levanta paredes em torno das coisas mais profundas. O tempo constrói muros inalcançáveis ao nosso redor. De onde ficaremos presos, desde aquele dia e pra sempre. Como se cada dia, uma fileira de tijolos fosse colocada. E não tem fim. É esse o trabalho do tempo.

O tempo levou com ele os nossos sonhos, o nosso dia-a-dia, levou ‘nós dois’. Não tem volta. E mesmo aos pedaços, eu preciso ir, porque não adiantaria juntar os cacos. Sempre vai existir alguém pra quebrar tudo de novo.

Quero que saiba que eu não vou te esquecer. Você estará pra sempre no meu relicário.

Eu me lembrarei de você, até nos confins da terra.



- O velho amor, ainda e sempre.

23 de fevereiro de 2011

Por enquanto.


Pelo amor perdido. Pelo carinho empoeirado na estante.
Pelo encanto deixado junto às cartas envelhecidas na gaveta.
Recorde meu sorriso de menina, e sorria comigo.
Pelo tempo que julgas ter perdido ao me amar sem medidas.
Reveja minha loucura no seu corpo, meu cheiro na sua roupa.
Por todo o futuro que jamais veremos chegar.
Reencontre a sua fé no amor. Vai dar certo. Eu sei.




- Trilha sonora da noite:
Maria Gadú e Ana Carolina - Mais que a mim.
♫♪

8 de fevereiro de 2011

"(…)

-Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
-Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
-Vou te escrever carta e não te mandar.
-Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
-Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
-Vou ver Saturno e me lembrar de você.
-Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
-O tempo não existe.
-O tempo existe, sim, e devora.
-Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
-Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
-E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.

(Silêncio)

-Mas não seria natural.
-Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
-Natural é encontrar. Natural é perder.
-Linhas paralelas se encontram no infinito.
-O infinito não acaba. O infinito é nunca.
-Ou sempre."

Caio Fernando Abreu.

23 de janeiro de 2011



Sempre jurei que eu iria até o fim. E eu fui.
No fundo não acreditei que houvesse um fim.
Mas ele chegou.

Era inevitavel pensar que não havia solução.
Foi quando entendi, e aceitei,
que até então tudo havia sido tentado,
menos te esquecer.
E eu precisava ir, sem olhar pra trás.
Porque sabia que olhar para trás era uma forma
de ficar pela metade.Eu olhei pra trás.
E metade de mim, ainda está aqui.

3 de janeiro de 2011



Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas velhas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, porque hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob o sol e o vento. Tentar ser feliz, depois volto.


- Caio F. Abreu.




Porque se existe essa coisa de "o amor da minha vida"
Era você sim. Eu soube desde o começo.
E sei agora, mais do que nunca.
Embora eu também saiba que é o fim. (...)