31 de agosto de 2010

Se eu pudesse escolher um único dia da minha vida para não acontecer. Eu tenho dúvida entre o que te conheci e o que você foi embora. Se eu apagasse o dia que você foi embora, você ainda estaria aqui. Mas isso não significa que estaríamos sendo felizes juntos. Talvez se eu apagasse dia que eu te conheci, eu não conheceria o amor como conheci. Do jeito novo que só você poderia ter me mostrado. Talvez eu não tivesse me entregado, e descoberto que amor é mais que sorte, é tempo e investimento. Mas se eu não tivesse te conhecido, eu não precisaria sentir saudade de alguém que você foi e que nunca mais vai ser. Porque talvez você nem fosse. Talvez fosse só uma projeção de tudo que eu sempre precisei encontrar em você. E que de um jeito ou de outro, sempre esteve lá quando eu precisei. Se eu não tivesse te conhecido, eu não estaria aqui de coração machucado, e mais uma vez te escrevendo, sabendo que você não vai ler. E se ler, não vai se importar. Porque você não é mais a metade do tesouro peculiar que foi. A verdade é que eu não tenho mais alternativa a não ser ir embora da sua vida, antes que eu precise ver você ir. Mais ainda do que já foi.

18 de agosto de 2010

Carta.



Estava pensando em você e decidi te escrever esta carta,
não sei se para que você soubesse que eu não te esqueci, ou se para garantir que você não me esquecesse. Os dias voam no calendário. Você não está aqui. Passeio pelos lugares onde sonhamos ir juntos. Você não está aqui. Tudo que vejo é sombra do ontem que ficou. Uma ameaça constante de um amanhã que eu não quero que chegue. Você não entenderia se eu tentasse te explicar. Mas a verdade é que o tempo não perdoa. E você não percebeu.. A minha vida vai devagar, e diferente de tudo o que você conhece. Tantas experiências novas. Gostaria de dividí-las com você. Não aqui te escrevendo e imaginando o seu semblante diante do que digo, mas junto à você, diante o teu sorriso. Satisfeita com os olhares e gestos de empolgação que só você faz. Mas a verdade, é que você não está aqui. Eu queria te dizer antes que tudo isso vire nada, que eu sinto a sua falta. Porque o tempo, eu sei que transforma todo amor em quase nada. Mas sinto sua falta. Sinto falta do teu riso bobo, desse jeito tão seu. Sinto falta de um homem que só você sabe ser. Mas você não está aqui. E eu preciso enfrentar os dias. Porque eles vêm, cada vez mais velozes. Menos misericordiosos. E levam com eles as minhas melhores recordações. Eu fico por aqui. Sabendo que você não vai receber essa carta. Mais uma vez escrevi e não mandei. Talvez um dia você a encontre. Talvez um dia você volte.
Talvez nunca mais.

11 de agosto de 2010



Eu ia começar dizendo que faz tempo que não escrevo nada pra você.
Mas a verdade é que eu escrevo todos os dias.
Onde ninguém chega a ver. Em meu coração.
Eu escrevo, digo e repito o que há de mais profundo em mim,
que de tão imenso, é o que existe de mais exposto.
Tá quase estampado na minha testa. Eu sei. Não tem outro jeito.
Eu finjo que ninguém sabe, pra me sentir mais à vontade, sei lá.
Tão a vontade quanto me sinto quando estou com você.
Onde nada no mundo pode me atingir.
Eu desaprendi a fazer promessas.
Esqueci de jurar que é pra sempre. E acho que agora sim entendo.
Não nos cabe um cronograma. Fomos nós. E ainda somos.
Não sei se você entende. Talvez as coisas tenham mudado em você.
Talvez em mim tudo seja novo. A não ser esse sentimento.
O velho amor, o mesmo de sempre.

3 de agosto de 2010




Sonhei com você. Mas eu não via o seu rosto.
Eu procurava, mas não o via. Chorei.
Chamei o seu nome. Te pedi que aparecesse.
Eu sabia que era você. Estava escuro.
Eu não podia te ver. Mas era você.
Foi quando acordei. Senti medo e chorei.
Eu estava te esquecendo.