25 de julho de 2012

Você vai se casar!


A verdade é que você vai se casar logo em breve. E claro que nada há de impedir que isso aconteça. Por quê? Simples. Porque a vida da gente não é a novela das sete em que na hora do sim, a outra chega na porta da igreja e  diz algo contra o casamento, que provavelmente deveria ter sido calado para sempre. Eu não vou no seu casamento. Mesmo tendo recebido esse convite ridiculo. Comentei sobre as cores? Não se usa mais essa combinação brega e sem elegância de vermelho com bege! Terrível! Era o mínimo que eu esperava dessa zinha com quem você escolheu dividir a vida.. e as contas. Mas o que eu espero não importa. Vamos ver se ela espera dividir com você até a sua conta no inferno, que aqui entre nós, anda bem alta! Sério, não quero parecer ressentida por você estar se casando com ela. Afinal ela sempre existiu, sempre esteve lá ocupando o banco da frente do seu carro, a cadeira ao seu lado nas reuniões familiares, nas festas dos amigos. Mesmo que o lugar na sua emoção sempre tenha sido meu. Mas a verdade é que caras como você, não escolhem mulheres como eu. Não pra viver a vida toda, ou pelo menos pra planejar isso! Não que eu não seja dessas pra casar, sou sim e você sabe. Eu seria uma mulher maravilhosa, do jeito que só alguém como eu sabe ser! Mas não pra você. Não pra alguém como você. Não nasci pra ficar em casa te esperando voltar do happy hour após o trabalho, pra desestressar! Não nasci pra fingir que não me importo onde você passa as suas noites. O problema é que conheço você, e isso me dá proteção suficiente pra nunca me apaixonar por você. Gostar eu não nego, gosto demais. Uma mistura de sentimentos absurda que nunca saberei explicar! Mas paixão, dessa que cega e faz a gente escolher as coisas e pessoas erradas, não. Nunca senti por você. Eu conheço seu jeito, seus defeitos, suas birras, suas grosserias, seu chamego e suas manias. É comigo que você dorme quando a semana foi cansativa e você quer esquecer os compromissos. Inclusive ela. Nunca a chamei pelo nome, já notou? Engraçado né?! Mas é que o suspense dá até um ar animado pra situação.. ELA.. E-L-A.. Dentro de você tão pouco. Na sua vida quase tudo. Pois é, você vai se casar e pra mim acaba aqui. Sempre te falei sobre casamento. Instituição sagrada, deixada por Deus. Eu não tenho esse direito. Nem quero esse pecado. Chega. Vai ser feliz nos braços dela. Dela.. Ou de outra, outra "outra" que não seja eu. Vamos ver o que você consegue! Bom, querido.. Você vai se casar e eu te desejo sorte e muita paciência pra aguentar o tédio, coisa que em nada combina com você. Mas você vai casar e a minha vida continuará a mesma! Seguirei sem você. Afinal, é assim que sempre foi.

19 de março de 2012

Da falta que faz quem você foi.




Me perguntam sobre você e já nem sei dizer. Não te perdi de vista, mas me perdi de você. Vasculho meu coração tentando interpretar o que sinto quando o assunto é você. Não te amo mais. Digo e repito, todos os dias. Talvez pra que eu mesmo possa acreditar nisso. Mas é que amor, meu bem, amor precisa da gente por perto, da gente alimentando nosso dia a dia, nossa vontade de abraçar o mundo inteiro e colocar o outro lá dentro. No meu caso, o outro é você. Mas é que você não está aqui entende?! Na verdade eu não sei nada sobre a falta que você faz. Mas sei muito sobre a falta que faz quem você foi. Já faz tanto tempo. Me falta você no meu dia a dia, nas minhas manhãs de chuva quando o teu abraço apertado me protegia da tempestade que escorria pela janela. Me falta você no supermercado quando procuro nutella pra comer com biscoito de madrugada. Me falta você no calçadão em dia de lua bonita. Me falta sua mão na minha quando eu caminho. Me falta o seu cheiro no travesseiro, no lençol, na minha roupa. Me falta você na fila do cinema, me falta você na balada de sábado com os amigos, quando o melhor amigo sempre foi você. Me falta você pra me levar pra casa, me perguntar o que quero comer e se aguento ficar acordada mais um pouco. Me falta você em meus dias tristes pra ouvir seu tom de voz calmo e confortante que me acolhia a alma inteira de uma vez só. Me falta você nos dias alegres, nas boas notícias que não te tenho mais pra dividir. Me falta você nas minhas birras, nas minhas crises, o seu colo. Me falta você nos programas de família, nos jantarzinhos surpresa, nas flores sempre diferentes. Me falta você no meu aniversário, na virada do ano, no meu álbum de formatura. Me falta você nas mensagens do meu celular, nas ligações que recebo antes de dormir. Me falta você quando o mundo tá girando lá fora e continua tudo parado aqui dentro. Nada permanece inalterado. Você nem é mais nada do que me falta.
Mas a falta que sinto é de você. É a falta que faz quem você foi.

26 de janeiro de 2012

As suas calcinhas.



Estive sentindo saudade daquelas suas calcinhas de bichinhos. Em especial aquelas com carinhas de gatinhos, ou borboletas em todas as posições geométricas. Não que eu tenha sentido saudade de você de calcinha. Ou nunca mais tenha visto calcinhas. Tenho visto muitas. Vermelhas, pretas, de renda branca, rosa choque com zíper, bolsinho de camisinha. Bem variadas. Bem sexys. Mas me deu saudade das suas, as de algodão com estampa de bichinhos que você tanto usava. Não que você não usasse calcinhas sexys. Ou que eu não achasse sexy as suas calcinhas de bichinhos. Você usava em datas especiais. Quando queria seduzir. Não é isso. Na verdade Tô tentando explicar e me enrolando todo pra dizer que a saudade que me deu foi da sinceridade que suas calcinhas me passavam. Só uma mulher que não tem nada a esconder deixa o cara que tá na sua cama a ver de calcinha de bichinhos. Sinto saudade delas. Da intimidade e da segurança que era ver você chegar cansada e deitar na cama de jeans e sutiã. Eu me aproximar e você se derreter toda enquanto tiro sua calça e encontro suas borboletinhas ali desenhadas. São a sua cara. Nunca mais vi borboletas como as suas. Nem gatinhos. Nem calcinhas com personalidade. Me deu saudade. Não sei bem se de você, ou das suas calcinhas. Talvez seja só saudade das noites sem lacunas na manhã seguinte.