23 de janeiro de 2011



Sempre jurei que eu iria até o fim. E eu fui.
No fundo não acreditei que houvesse um fim.
Mas ele chegou.

Era inevitavel pensar que não havia solução.
Foi quando entendi, e aceitei,
que até então tudo havia sido tentado,
menos te esquecer.
E eu precisava ir, sem olhar pra trás.
Porque sabia que olhar para trás era uma forma
de ficar pela metade.Eu olhei pra trás.
E metade de mim, ainda está aqui.

3 de janeiro de 2011



Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas velhas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, porque hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob o sol e o vento. Tentar ser feliz, depois volto.


- Caio F. Abreu.




Porque se existe essa coisa de "o amor da minha vida"
Era você sim. Eu soube desde o começo.
E sei agora, mais do que nunca.
Embora eu também saiba que é o fim. (...)