26 de janeiro de 2012

As suas calcinhas.



Estive sentindo saudade daquelas suas calcinhas de bichinhos. Em especial aquelas com carinhas de gatinhos, ou borboletas em todas as posições geométricas. Não que eu tenha sentido saudade de você de calcinha. Ou nunca mais tenha visto calcinhas. Tenho visto muitas. Vermelhas, pretas, de renda branca, rosa choque com zíper, bolsinho de camisinha. Bem variadas. Bem sexys. Mas me deu saudade das suas, as de algodão com estampa de bichinhos que você tanto usava. Não que você não usasse calcinhas sexys. Ou que eu não achasse sexy as suas calcinhas de bichinhos. Você usava em datas especiais. Quando queria seduzir. Não é isso. Na verdade Tô tentando explicar e me enrolando todo pra dizer que a saudade que me deu foi da sinceridade que suas calcinhas me passavam. Só uma mulher que não tem nada a esconder deixa o cara que tá na sua cama a ver de calcinha de bichinhos. Sinto saudade delas. Da intimidade e da segurança que era ver você chegar cansada e deitar na cama de jeans e sutiã. Eu me aproximar e você se derreter toda enquanto tiro sua calça e encontro suas borboletinhas ali desenhadas. São a sua cara. Nunca mais vi borboletas como as suas. Nem gatinhos. Nem calcinhas com personalidade. Me deu saudade. Não sei bem se de você, ou das suas calcinhas. Talvez seja só saudade das noites sem lacunas na manhã seguinte.

Um comentário:

Adrianna Coelho disse...

nossa! que prosa bonita
e sincera...
cheia de borboletinhas, calcinhas
saudades.

prosa que preenche não só as manhãs, mas os dias seguintes.