22 de outubro de 2013

Quando soube.


Soube que havia chegado ao fim. Soube porque a tristeza se fez diferente. Soube porque foi a primeira vez que sentiu despedida. Despedida... Não como quem decide mudar de um lugar pro outro, levando na bagagem só o que é necessário, deixando pra trás o que não serve mais. Sentiu despedida como quem não tem chance de ficar, despedida como de quem se vai da vida, sem tempo nem razão pra fazer um último pedido. Pra nunca mais voltar. Soube que era o fim, porque não acreditava que, do outro lado fizesse sentido os pedidos que ficaram desfeitos, os sonhos que ficaram pendentes. E foram tantos. Tantos sonhos que nem podia mais mencionar. Não importa. Do outro lado, há de haver um mundo todo novo esperando pela gente. Há de haver um futuro com pedidos e sonhos novos pra buscar. Sentiu despedida, não como se se despedisse da vida, que convida todo dia a reviver, reinventar. Sentiu despedida como quem se despede de alguém dessa vida. De você nessa vida. Soube que havia chegado ao fim, porque chorou pela primeira vez como quem diz adeus. Foi quando a tristeza se fez diferente. Soube que chegara ao fim, porque o coração estava em paz. Porque já era tarde. Soube que chegara ao fim porque o coração agora havia partido. Pra outro lugar.


"Não, eu não me arrependi de nada.
Vida voa e o tempo é outro já.
Você mudou e eu também (...)."

 - Pavilhão de espelhos, Roberta Sá.
 

Um comentário:

Anônimo disse...

que o coração esteja aberto para o mundo novo. Belle